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6 de dezembro de 2011

Caso clinico estudado por Freud

Ida Bauer fora para muitos, uma das histéricas mais repulsivas, embora a mais célebre, da história da psiquiatria. Após anos de melhora de seus sintomas histéricos, ela morrera em 1945 nos Estados Unidos devido a uma obsessão contra o próprio corpo, parecido com a obsessão de sua mãe, Katharina, que mantinha uma mania por limpeza pela casa, o que Sigmund Freud chamara de “psicose doméstica”. Todavia, a gênese do caso Dora pode ser buscada na estrutura familiar e, sobretudo, numa viagem de férias que ela e o pai fizera para casa de amigos em Merano.
Dora nasceu em Viena, numa família rica da burguesia judaica; era filha caçula de Phillipp Bauer e Katharina Ger Ber Bauer. Freud com seus conhecimentos médicos entra na vida de Phillipp para cuidar de uma afecção sifilítica que o pai de Dora sofria e que causava sintomas de confusão mental e paralisia. Dora fora encaminhada para Freud devido esse encontro que o médico teve com o Sr. Phillipp. Katharina, mãe de Dora, também era de família judia e ao contrário de seu esposo que era um grande industrial, era pouco instruída e simplória. Katharina sofria de dores abdominais permanentes que seria herdada por sua filha e sofria como já falara de uma “psicose doméstica”, como chamara Freud.
Freud falara de certa atração sexual que unia pai e filha de um lado e mãe e filho de outro, uma vez que Ida não dava muita importância para sua mãe e o filho, irmão de Dora, defendia a mãe quando necessário. Dora, entretanto, era cuidada por uma governanta, esta relatada como uma libertina que ensinava e lia livros relacionados com a vida sexual para sua aluna [Dora]. Dora, todavia, depois teve um desentendimento com ela e dispensou seus serviços.
Embora com a particularidade da estrutura familiar, foi nos relatos da viagem para Merano que Freud obteve contribuições significativas para o caso de Dora. O pai dela a acusou de fantasiar a cena do lago onde o senhor K a acedia com propostas amorosas. Freud, entretanto, não acreditou na versão paterna, uma vez que associou a história relatada por Dora com um possível caso amoroso e extraconjugal de seu pai, Sr. Phillipp com a senhora K.
Dora na análise com Freud deixou mostrar para este seu amor por senhor K e Freud não pode deixar de supor que “o que fora suprimido fora o amor de Dora pelo senhor K. Não pode evitar também a pressuposição de que ela ainda estava apaixonada por ele, mas que, por razões desconhecidas, desde a cena do lago, seu amor despertara nela sentimentos violentos de oposição e que Dora trouxera a tona e reforçara sua afeição pelo pai a fim de evitar qualquer outra necessidade de dar atenção consciente ao amor que sentira nos primeiros anos de sua meninice e que se tornara agora para ela penoso”. Dora, entretanto, ao saber do seu amor pelo senhor K, primeiro negou e depois desistiu da análise.
Outro fato com contribuições significativas para explicar o caso Ida Bauer era sua homossexualidade. “Atrás dos pensamentos de Dora ligados às relações entre seu pai e Frau K (senhora K) havia oculto um sentimento de ciúme que tinha aquela senhora como objeto – um sentimento que só podia fundar numa afeição de Dora por álguem do seu próprio sexo, Numa mulher ou numa moça histérica quando há infelicidade no seu amor por um homem, a libido sexual que é dirigida para os homens é energicamente suprimida, verificar-se-á regularmente que a libido que é dirigida para as mulheres torna-se indiretamente reforçada e mesmo, até certo ponto, consciente”.
Para comprovar a homossexualidade de Dora, lembremo-nos das desilusões afetivas que ela teve com a governanta e com Frau K (senhora K). Com a primeira Dora era admirada e cuidada não por sua causa, mas por causa de seu pai. Na segunda e de forma parecida com a governanta, a senhora K a traira e caluniara ao contar ao senhor K que ela lera livro e discutira sobre assuntos proibidos
(Dora lia os livros com a senhora K e Freud relata que as duas tinham uma relação muito próxima). Dora mais uma vez não era amada por ela mesma, mas pelo pai (…) A Frau K a sacrificara sem hesitar um só momento para que suas relações com o pai de Dora não fossem perturbadas, como lembrou Freud. A desilusão com a senhora K a atingiu gravemente e teve um maior efeito patogênico do que com a governanta.
O tema da homossexualidade feminina fora comentada longamente por Jacques Lacan. Por Freud não perceber a tempo, isto é, antes de Dora desistir da análise, muitos autores criticam-no por entender muito pouco sobre a sexualidade feminina.
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Autor: Felipe Mendes

Mecanismos de defesa:
Deslocamento
Recalcamento


http://ovoodotempo.wordpress.com/2010/07/05/resenha-sobre-o-caso-dora-ida-bauer-de-s-freud/

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